Havia esquecido as datas, que com exatidão outrora rememorava.
E em furtivas cores, ruídos tantos, esmiuçava cada momento, cada lugar, cada palavra.
Um moinho! Girando, girando!
A cada volta dada, a sensação de inacabado aumentava, e mais uma vez, voltava a relembrar.
Tempos depois, a algazarra em memória começou a silenciar.
O vento agora é mais calmo e tranquilo.
Uma vez ou outra sopra mais forte, fazendo o moinho girar.
E de novo enxergo as cores, mais uma vez, volto a lembrar.
Thayza de Luna
A morte não chega em hora propícia, não espera chegar em casa. Esbarra num momento ruim da vida ou num gesto capcioso nas horas mais memoráveis do nosso "filme". Não espera que consertemos o que havia quebrado. Não nos dá uma segunda chance de reaver o tempo perdido. Não possibilita sussurrar, balbuciar, cuspir ou gritar as palavras que antes tanto guardamos para nos manter sãos, intactos. A morte não enobrece o homem, não o purifica dos seus atos. É, fato que abala o andar da carruagem, o trânsito das possibilidades de todas as pessoas que estão interligadas pelo fio da humanidade.
Deixamos as picuinhas de lado, as diferenças e indiferenças, o inóspito, para sermos solidários com a causa.
A morte não perdoa. Pra ela, somos todos iguais. E sendo assim, descemos do salto para nos manter comuns aos demais, sem discriminar atos, cores, opções, apenas acatando ao destino.
Thayza de Luna
Há sentimentos que transbordam, pelos olhos, gestos, palavras.
Há sentimentos que grudam, permanecem, se materializam pra vida toda.
Há sentimentos que maltratam, corroem, danificam.
Há aqueles que são leves, flutuantes, embora, intensos.
Em mim, vive! Em mim projeta-se algo! Onde me totalizo, e mesmo assim, nada sou!
Um vão, repleto de pinturas fajutas do eu. Repleto de enigmas do caos que fitou.
Thayza de Luna
Ao lado um do outro
Na penumbra do quarto, se vigia o sono.
O descanso tranquilo,a leveza da alma.
Distante, ainda inerte.
A vigilância continua, o descanso, apenas do outro.
Aqui, a leveza é apenas do corpo.
A alma se mantém acorrentada às lembranças de outrora, à espera de um dia também descansar.
Thayza de Luna
Num sonho eu vi...
Meu corpo inerte num salão de festas, embora, fazia silêncio.
Um fio quase invisível prendia os desejos à parede que agora preta e branca ia se formando atrás de mim.
Mesmo imóvel, pelo espelho enxergava um lento distanciamento, e quanto mais distante, menos colorido.
Em minha frente tudo se revestia de vidro, numa modernidade que não se via o fim.
Ouvia-se, de vez em quando, um estilhaçar e murmúrios, reclamações.
Frágil! - Eu pensei.
Ao despertar, busquei algumas respostas, e o arcaico, mas colorido, me pareceu mais envolvente que o reluzente salão que frequentei.
Thayza Luna
Num sonho eu vi...
Meu corpo inerte num salão de festas, embora, fazia silêncio.
Um fio quase invisível prendia os desejos à parede que agora preta e branca ia se formando atrás de mim.
Mesmo imóvel, pelo espelho enxergava um lento distanciamento, e quanto mais distante, menos colorido.
Em minha frente tudo se revestia de vidro, numa modernidade que não se via o fim.
Ouvia-se, de vez em quando, um estilhaçar e murmúrios, reclamações.
Frágil! - Eu pensei.
Ao despertar, busquei algumas respostas, e o arcaico, mas colorido, me pareceu mais envolvente que o reluzente salão que frequentei.
Thayza Luna